FRIO


À partir de um ponto estico o lápis e desenho a vida. Como quiser, do jeito que quiser. Nunca sei como começar, aliás coisinha nada original.Em vez de linha reta vou ondulando, fica mais estético. Dá prá pular corda, elástico, brincar de Tarzan... Cair é bem fácil, uma vez fiquei sem respirar, a impressão é que o pulmão fecha: Pode isso????
Bom, ar não vem...De jeito algum! De jeito algum. De jeito algum...Até que vem... Depois o choro e o grito óbvio de toda criatura ainda des-pre: "manhêê...".Voltei à linha e a puxá-la, ainda estava longe, muito longe.
Do ponto em que agora me encontro era muito cedo para perceber.
"Pedro pedreiro há muito gostaria de ter voltado atrás" . Não podia.Que tinha que esperar mais. Embora tivesse esperado demais.
Ondulante e seguindo , descansando e se escondendo, retornando e se enrolando, prosseguindo e esperando quase como um redemoinho - cheia de imprevistos- e íntima dele, ninguém a alcança, nenhum trem - sequer o tal "bala"( a última novidade do pedaço) a pega e quando o novelo finalmente terminar...
Puxa! Aí sim, pode-se capturar. Já morreu, já terminou. Mas vai sem alma...
Se ficar grande demais, enrola, não atrapalha e nem incomoda ninguém.Dá prum gato brincar.
De repente, um pulôver? Alguém com frio?

Obs: podia ser bordar( depois pensei), mas o texto é meu é aí-pode e eu posso do jeito que eu quiser e não preciso ser coerente(depois pensei de novo) se não quiser.

Eu moro em Fortaleza e vivo com frio.

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